segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O fantasma da Casa Branca

REFLEXONS DO COMANDANTE FIDEL CASTRO
O fantasma da Casa Branca

Há três dias, na sexta-feira 10 de Outubro, o mundo se abalava sob o impacto da crise financeira de Wall Street. Já se perdeu a conta dos milhons de dólares em notas de papel que a Receita Federal injectou nas finanças mundiais para que os bancos continuem funcionando e os poupadores nom perdam o seu dinheiro.

A reuniom dos ministros das Finanças do Grupo dos 7 concordou aplicar as seguintes medidas:


“– Adoptar acçons decisivas e empregar todas as ferramentas disponíveis para apoiar instituiçons financeiras importantes para o sistema e prevenir a sua falência.


– Dar todos os passos necessários para descongelar os mercados de créditos e monetários e assegurar-se de que os bancos e outras instituiçons financeiras tenham amplo accesso a liquidez e fundos.


– Garantir que os bancos e outros intermediários financeiros maiores poidam, segundo a sua necessidade, reunir capital de fontes públicas, bem como privadas, em montantes suficientes para restabelecer a confiança e permitir-lhes continuar dando empréstimos às famílias e aos negócios.


– Assegurar que os respectivos seguros nacionais de depósitos e o programa de garantias sejam robustos e consistentes de maneira que os depositantes retalhistas continuem a ter confiança na segurança dos seus depósitos.


– Agir, quando for apropriado, para relançar os mercados secundários para hipotecas."


Nesse mesmo dia, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos confirmou que o governo comprará acçons dos bancos, somando-se com isso à iniciativa británica. Tanto os Estados Unidos quanto o Reino Unido indicarom que irám adquirir acçons preferentes, que som as que recebem lucros primeiro, mas que nom tenhem direito a voto.


O presidente Bush nom considerou necessária a sua presença nessa reuniom dos ministros das Finanças. Ia reunir-se com eles no Sábado. Onde estava ele na sexta-feira 10 de Outubro? Nada menos que em Miami. Comparecia em um acto de arrecadaçom de fundos para os candidatos republicanos da Flórida. Com a aprovaçom de apenas 24% dos cidadaos, era o chefe de Estado com menos apoio em toda a história dos Estados Unidos. Reunia-se com empresários e cabecilhas da ralé cubana de Miami. Continuava ali com a sua maníaca obsessom anti-cubana no final do seu tenebroso período de oito anos à frente do império. Nem sequer puido contar com o apoio da Fundaçom Cubano-Americana criada por Reagan na sua cruzada contra Cuba.


Por razons puramente demagógicas, esta lhe solicitara publicamente levantar com carácter provisório a proibiçom de enviar ajuda directa a familiares e afetados polos dous furacáns devastadores que açoitarom o nosso povo. Raúl Martínez, um ex-prefeito de Hialeah, adversário do congressista Lincoln Díaz-Balart, tinha feito críticas à actual política de quem fraudulentamente foi eleito Presidente com menos votos nacionais que o seu adversário, em virtude do peso da Flórida na contagem de votos eleitorais, quando na verdade nem sequer tinha ali a maioria.


No Domingo 12 de Outubro a Uniom Europeia, sob a presidência da França, concordou solicitar aos Estados Unidos a organizaçom dumha cúpula para "refundar o sistema financeiro internacional". Assim o declarou o presidente Nicolás Sarkozy, após umha reuniom dos países da Zona Euro em Paris.


Sarkozy indicou que a Europa agora deve se juntar aos Estados Unidos e a outras potências para atacar de raiz as causas da crise financeira que tenhem afundado os mercados bursáteis.


"Devemos convencer os nossos amigos estadunidenses sobre a necessidade de umha cúpula internacional para a refundaçom do sistema financeiro", assinalou Sarkozy, presidente de turno da UE. Nom será um presente para os bancos, afirmou com énfase o presidente da França.


O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush entra hoje nos seus últimos 100 dias, ensombrecido por umha altíssima impopularidade e umha das crises económicas mais importantes das últimas décadas.


Pola sua parte, o ministro brasileiro de Fazenda, Guido Mantega, criticou hoje o FMI por colocar os países avançados como modelos a seguir, e dixo que na reforma futura do sistema financeiro nom devem primar as normas dessas naçons.


"O mundo assiste incrédulo enquanto a crise actual revela fraquezas e erros graves na política de países que eram tidos como modelos, países que eram apresentados como referências de bom governo", dixo Mantega perante o Comitê Monetário e Financeiro Internacional, principal órgao directivo do FMI.


Com a economia mundial destruída, o presidente dos Estados Unidos, conduzido a esse cargo de forma tam irregular e irresponsável, colocou em apuros todos os aliados da OTAN e o Japom, o mais desenvolvido e rico parceiro militar, económico e tecnológico dos Estados Unidos no Pacífico.


Hoje Miami é umha grande folia, e Bush se tornou um fantasma.


As bolsas nom caírom mais porque já estavam no chao. Hoje respiravam felizes com as colossais injecçons de dinheiro que de novo as incharom artificialmente às custas do futuro. Contodo, o absurdo nom se pode manter. Bretton Woods agoniza. O mundo nom voltará a ser o mesmo.

Fidel Castro Ruz

13 de Outubro de 2008

17h20