quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O que nom se di sobre Cuba

REFLEXONS DO COMANDANTE FIDEL CASTRO
O que nom se di sobre Cuba

Observei com atençom as reacçons da mídia do Ocidente diante de minha reflexom do domingo sobre os Jogos Olímpicos na China. Factos sensíveis incluídos nela forom completamente ignorados; outros aspectos eram exaltados ad líbitum polos defensores da exploraçom e do saque do mundo.


Vejamos:

“Fidel Castro culpou hoje os juizes e a máfia do pobre desempenho da delegaçom cubana nos Jogos Olímpicos. Também justifica o taekwondoca cubano Ángel Valodia Matos, suspenso para sempre por dar um chute na cabeça do árbitro, e lhe expressa a sua completa solidariedade.”

“O ex-presidente cubano fijo um apelo na segunda-feira para fazer umha profunda revisom do desporto em Cuba. Também manifestou a sua solidariedade a um atleta suspenso para sempre, junto ao seu treinador, por agredir a um juiz.”


“Castro exprimiu total solidariedade ao taekwondoca inabilitado para sempre por agredir a um árbitro e a um juiz.”


“Castro, solidário ao taekwondoca cubano inabilitado por agressom.”


É longa a lista de parágrafos semelhantes. Foi o padrom de informaçom que divulgaom. Nom esperava outra cousa. Fui condenado, como os pugilistas cubanos, perante árbitros e juízes subornados, e sabia bem o que publicariam.


Da fame, da desnutriçom, da carência de medicamentos, instalaçons e equipamentos desportivos que padecem 80% dos países que ali competirom nem sequer falarom umha só palavra, como era de esperar.


Aplaudi o mérito do país que organizou os últimos Jogos Olímpicos. Nom hesitei em reconhecer as extraordinárias qualidades dos atletas que tiverom sucessos. Apreciei as alegrias, as emoçons e os aspectos humanos que transmitirom os premiados a bilhons de pessoas. De maneira especial, avaliei a mensagem de paz que encerra umha Olimpíada, diante do incessante espetáculo de chacina, destruiçom, genocídio e perigo real de extermínio que a espécie humana suporta a cada dia.


O que se dixo sobre Cuba:

1. É o único país onde nom existe o desporto profissional.

2. É o único país que há anos fundou umha grande Escola Internacional de Educaçom Física e Desportos de nível superior, onde já forom graduados muitos jovens do Terceiro Mundo e onde estudam actualmente ao redor de 1.500 alunos sem pagar um só centavo.


3. É o único país, onde os atletas de alto rendimento estudam de graça como professores de Educaçom Física e Desporto e que formou nos centros de Ensino Superior dezenas de milhares de cidadáns nessa especialidade, que prestam os seus serviços a crianças, adolescentes, jovens e pessoas de todas as idades. Muitos deles trabalham também como cooperantes no Terceiro Mundo, com um custo mínimo, ou gratuitamente em determinados casos. Desta maneira contribuírom para o desenvolvimento internacional do desporto.


4. É o único país, entre os que participarom das Olimpíadas de Beijing, economicamente bloqueado polo império mais poderoso e rico que jamais existira.


5. É o único país, entre esses mesmos participantes, ao qual aplicam umha Lei de Ajuste, que, além dos frutos sangrentos, viabiliza e estimula o roubo de atletas cubanos.


6. O nosso país destinou um hospital especializado para atender a saúde dos atletas de alto rendimento.


As verdades nom podem ser encobertas sob a anestesia e os fogos de artifício dos Jogos Olímpicos.

Cuba ocupou o quinto lugar por medalhas de ouro em Barcelona 1992, quando estávamos já em pleno período especial.

Nos últimos Jogos, obtivemos ainda 24 medalhas de ouro, prata e bronze, cifra maior à de qualquer outro país da América Latina e do Caribe.


Nom hesitemos em analisar objectivamente a nossa actividade desportiva e em nos prepararmos para futuras batalhas, sem esquecer, reitero, que “em Londres haverá chauvinismo europeu, corrupçom da arbitragem, compra de músculos e cérebros, custo impagável, e umha forte dose de racismo”.


Quando escrevo estas linhas lembro que um ciclone, Fay, nos visitou em meio às Olimpíadas. Na mesma hora em que chegou ontem a maior parte da nossa delegaçom, divulgou-se a notícia de que outro ciclone apontava directamente para as províncias orientais. Hoje, a sua força é maior e prevé-se umha trajectória mais perigosa. É preciso fortalecer nom só os músculos do corpo, mas também os do espírito.


Que sorte termos umha Revoluçom! É garantido que ninguém vai ser esquecido. Se houver perda de vidas humanas, nom será de centenas de milhares, pola subida do nível do mar, como em Santa Cruz del Sur em 9 de novembro de 1932, ou no furacom Flora em 3 de outubro de 1963, que inundou as províncias do leste de Cuba, sem umha só barragem como as actuais, que som além disso fontes de rega e água corrente. Umha forte, enérgica e previdente Defesa Civil protege a nossa populaçom e lhe oferece mais segurança diante de catástrofes que nos Estados Unidos. Nengum perigo deve ser, porém, descartado.


Também nom devemos ficar confiantes. A freqüência e a intensidade crescentes destes fenômenos naturais demonstra que o clima muda por causa do homem. Os tempos exigem cada vez mais consagraçom, mais firmeza e mais consciência. Nom interessa que os oportunistas e vende-pátrias também sejam beneficiados sem contribuir com nada para a segurança e o bem-estar de nosso povo.


Fidel Castro Ruz

1 de Setembro de 2008

17h29