terça-feira, 30 de março de 2010

Um debate revolucionário e aberto


Liudmila Álamo Donas, primeira secretária da organizaçom juvenil, assegura que o principal desafio da juventude cubana é seguir preparando-se para assegurar a continuidade histórica da Revoluçom.

A reuniom nacional do IX Congresso da UJC está muito próxima. A menos de cem horas, os preparativos finais para um encontro desta magnitude som puro agitaçom e tensom. Apesar disto, Liudmila Álamo Donas, primeira secretária da organizaçom, abriu um espaço no seu exíguo tempo para responder a um questionário que JR lhe fijo chegar com o intuito de fazer umha breve fotografia dos últimos meses, quando centenas de milhares de jovens cubanos se somárom a um processo franco e fértil onde tod@s crescemos.

JR: O IX Congresso da UJC já chega ao encontro nacional marcado. Quais têm sido as metas fundamentais deste processo?

L.A: Como processo tem abrangido um período que vai desde o anterior Congresso em 2004 até os momentos actuais, porque se trata de umha continuidade. Poderia dizer-se que é umha paragem no caminho para avaliar o que temos feito ou deixado de fazer. Devemos destacar que na última etapa, prévia a este mês de Abril, se gerou um amplo debate em todas as nossas organizaçons de base e a nível de município e província, no contexto das assembleias de militantes e jovens. Isto marca umha meta, porque essas discussons somárom mais de 600.000 jovens —militantes e nom militantes— que debatêrom sobre temas vitais para a nossa organizaçom e para o País. Foi um verdadeiro exercício de democracia real.

«Seria muito interessante que alguns governos do mundo, que se tenhem erigido em ferozes críticos do nosso país, dessem a oportunidade a centenas de milhares de jovens para que se reunirem com as autoridades do Estado e expressarem as suas inquietaçons».

J.R: As assembleias abertas fôrom um momento crucial para que os jovens tivessem a oportunidade de ser parte do Congresso. Quais fôrom os pontos principais abordados?
L.A: Ainda que os temas tenham sido diversos, podem-se identificar tópicos que com maior clareza e profundidade se abordárom, entre estes a necessidade de que as organizaçons de base consigam um funcionamento mais efectivo, que as situe no centro dos problemas, com protagonismo e contributos concretos.

«Também o chamado a desterrar o formalismo e esquematismo derivado de umha débil preparaçom das reunions e intercámbios que se planificam com os militantes e jovens, polo que se ratificou que a reuniom tem que ser para lhe encontrar soluçom aos problemas e gerar tarefas para todos.

«Nestas assembleias produziu-se, ainda, umha forte exortçom à poupança, à eficiência, a umha ligaçom bem mais efectiva dos jovens com a produçom de alimentos e de outras linhas vitais para o País. E advogou-se pola necessidade impostergável de saber o que custam as cousas, a real situaçom do País e a prioridade de fortalecer a presença jovem em sectores directos à produçom.

«Especial ênfase foi colocado no sector da saúde, relacionado com a optimizaçom dos recursos materiais e humanos, sem descuidar a qualidade e atendimento adequado ao nosso povo.
«Também foi muito debatido o tema da preparaçom que devem ter nossos quadros e o papel que devemos desempenhar os jovens na luita contra condutas e actuaçons negativas, o compromisso com a defesa da Pátria e a garantia da ordem interior no País».

J.R: Como vem os jovens a UJC?

L.A: A Uniom de Jovens Comunistas é a organizaçom que representa os seus interesses; é por isso que nos exigem e nos fam chegar as suas inquietaçons, insatisfaçons e reclamaçons, confiando em que nos ocupamos de os atender. De maneira permanente chegam-nos essas propostas, estados de opiniom, críticas e recomendaçons, e isso satisfai-nos, porque nos mostra que essa responsabilidade que nos está dada na Constituiçom de nossa República e essa preocupaçom que constantemente temos polos problemas das crianças, adolescentes e jovens, é reconhecida.
«Também isto é um grande repto, porque nos debates do nosso processo orgánico se tem evidenciado que existem lugares onde o funcionamento é débil e isto dificulta nossa política de trabalhar nom só para militantes, como para os amplos sectores que configuran a nossa juventude.

«Isto obriga-nos a aperfeiçoar os estilos e métodos que possibilitam estar perto das crianças, adolescentes e jovens, transmitir valores e educar com o exemplo, que é a maior fonte de autoridade e convocaçom que temos».
J.R: As reunions nos comités de base fôrom outra escala importante. Como tenhem influído no trabalho da organizaçom?

L.A:
Estas, com toda a segurança, fôrom as reunions mais importantes, porque é ali onde se fijo mais abrangente e participativo o debate, por elas conhecemos com maior exactidom quais som os temas fundamentais que se constituem em eixos de análise para o Congresso e para traçar o trabalho no futuro. Permitem-nos ter umha ideia mais acabada do muito que resta por fazer a este nível, dos problemas na preparaçom de seus dirigentes, da urgência de fortalecer o atendimento às estruturas superiores aos comités de base.

J:R: É consenso que o secretário-geral no nível de base é o quadro fundamental da organizaçom. Isto exige liderança, exemplaridade e outras muitas virtudes, como definiria você o secretário-geral ideal?
L.A: Concebemo-lo antes de mais nada como um revolucionário incondicional, dotado de prestígio e modéstia; capaz de convencer com argumentos sólidos, adquiridos na prática quotidiana do seu contacto com as massas e do estudo consciente e constante da realidade de nosso país e do mundo; conhecedor dos desafios a que nos enfrentamos e disposto ao dar todo pola Revoluçom.
J.R: O funcionamento da organizaçom foi um tema muito debatido e exigido nos balanços a todos os níveis. Porque funcionar é chave para a organizaçom? Quanto se avançou neste propósito?

L.A: Somos umha organizaçom que, sem burocratismos denecessários, se rege por estatutos, regulamentos e normas, desenhados precisamente para funcionar de maneira coerente, o qual nom é exclusivo da UJC, pois a cada agrupamento na sociedade, independentemente de seus fins, tem regras aprovadas de forma colectiva.

«Se essas políticas forem violadas e se trabalhar desordenadamente, o avanço nas tarefas e consecuçom de objectivos torna-se muito difícil. Por isso se debateu com força sobre a urgência de um desempenho que esteja regido pola disciplina da militáncia, estabilidade e preparaçom nas estruturas de direcçom, sem que isto signifique que tenha que se reunir por se reunir ou cumprir algumha ou outra tarefa sem nos perguntar que vamos fazer ou de que forma o fazemos melhor.

«Umha vez consolidado este propósito de funcionar bem, entom é possível analisar os próprios problemas que tem a UJC, elevar a capacidade de mobilizaçom, o que contribui para a eficiência, tam necessária nos momentos actuais.

«O avanço nesta direcçom nom está à altura do que se demanda e queria esclarecer que a soluçom nom está no que se deu em chamar o “internismo” em referência a sobredimensionar tarefas como a confecçom das actas, a recolha da cotaçom e outros aspectos da vida interna, a questom é encontrar o justo equilíbrio com flexibilidade e sem formalismos».
J.R: Com umha massa importante de militantes, os comités de base estudantis som fundamentais no labor docente-educativo, a preparaçom política, ideológica e patriótica e a formaçom integral de adolescentes e jovens. Quais som os principais desafios que hoje tem a UJC neste cenário? Como caracterizaria você ao estudantado cubano?

L.A:
Tal como refere a pergunta, os desafios som vários, sobressai o de estarmos preparados para acompanhar as necessárias mudanças que hoje se implementam no sector educacional, os conhecer e poder transladar o seu verdadeiro alcance e necessidade a todos os estudantes, por outra parte está vigente o empenho de consolidar valores e desterrar atitudes alheias ao projecto educativo revolucionário, tomando muito em conta que este sector agrupa a nossos militantes mais jovens, quem precisam de umha formaçom mais apurada.

«Também som eles quem maior influência recebem em um meio actual complexo, caracterizado por umha colosal arremetida ideológica por parte dos inimigos da Revoluçom —abertos e solapados—, que como todos conhecemos apostam a desmontar a história e socavar as bases do nosso socialismo sonhando com umha volta ao capitalismo quando desapareça a geraçom de luitadores históricos aos quais nos sentimos unidos indissoluvelmente.

«Mas o estudantado cubano é profundamente patriota e apoia maioritariamente o nosso sistema político; é um exército de jovens com ampla cultura, capazes de discernir entre as cenouras do império e o que deve ser mudado a favor da Revoluçom, no momento e a forma em que queremos o fazer os cubanos, sem renunciar ao socialismo nem às conquistas que som um tributo permanente a Mella, José Antonio e muitos outros que tenhem enaltecido nosso universo estudantil».

J.R: Perante o actual processo de actualizaçom do modelo económico, no sector produtivo cresce, ainda mais, a necessidade do protagonismo da UJC nesta esfera. Quais som as prioridades aqui? Estám preparados os comités de base para dar o salto que hoje se pede?

L.A: A prioridade é em primeiro termo dignificar e reconhecer o trabalho como fonte insubstituível de riquezas e único caminho para sair adiante; jogar um papel realmente protagónico na incorporaçom dos jovens à produçom de alimentos, a substituiçom de importaçons e o incremento dos nossos produtos exportáveis, profundamente convictos de que temos de viver do que temos e do que produzimos.

«Temos de estar, como organizaçom, ali onde se cultiva a terra, se constrói ou de algumha outra maneira se fai crescer a economia. Nesses espaços precisam-se maos jovens, estruturas de base fortes e quadros capazes, questons que em muitos casos nos faltam ou estám debilitadas. É preciso o salto de que falas na pergunta e esse é um tema debatido neste processo do Congresso e ao que teremos que seguir prestando toda a nossa atençom».

J.R: Quais som para você os principais desafios da juventude cubana hoje e quais os da UJC como vanguarda desta?
L.A: O principal desafio da juventude cubana é seguir-nos preparando para assegurar a continuidade histórica da Revoluçom. Estamos chamados a elevar a nossa estatura ideológica, para enveredarmos num mundo em que puxam por se impor os sentimentos de egoísmo alimentados polo capitalismo, e as conseqüências desastrosas que acarreta esse sistema para a vida mesma da espécie humana.

«Nom podemos afastar-nos nem um segundo do debate, da crítica realizada desde o compromisso social, acompanhada com propostas concretas, e do confronto sem ambages aos pseudo revolucionários, que se escandalizam e se montam em um discurso fabricado polo império para destruir a Revoluçom, que é seu verdadeiro objectivo.

«A UJC, como vanguarda, deve marchar no bloco atacante, marcando o caminho, estreitamente unida ao Partido Comunista, que reúne umha força moral impressionante e umha tradiçom de luita martiana, marxista e fidelista».

J.R: No pessoal e como dirigente —independente do trabalho que lhe correspondeu exercer como Primeira Secretária da UJC—, como tem influído em você o processo do Congresso?

L.A: Participar nestes debates é um privilégio; escuitar acompanhados dos ensinos e orientaçons do Partido— a centos de jovens nas suas intervençons ao longo de toda a ilha, contribuindo, denunciando o que nom anda bem, ratificando compromissos, dando ideias e expondo pontos de vista, me tem revitalizado muito e me confirmou a convicçom de que a minha responsabilidade nom entranha outro benefício que o enorme compromisso como quadro e mulher revolucionária.

J.R: Quais som, até aqui, os resultados do processo do IX Congresso? E que se espera da reuniom nacional?

L.A:
O principal resultado foi conseguir umha ampla participaçom no debate, o que nos confirmou que estamos em condiçons de aprofundar nos problemas, ser críticos e estar dispostos a trabalhar duro na soluçom de nossas dificuldades.

«O evento nacional estamos seguros que confirmará muitas destas ideias que temos abordado e traçará importantes objectivos para o futuro, porque debates como os destes meses tenhem que ser parte da quotidianidade de nossa organizaçom a todos os níveis.

«@s delegad@s que assistirám a este momento do processo representam a todos os sectores da vida económica e social do País, neles nosso povo poderá encontrar o reflito de umha juventude onde nom há lugar para um futuro de concessons e entrega».

Fonte:http://www.juventudrebelde.cu/cuba/2010-03-27/nono-congresso-de-a-ujc-um-debate-revolucionário-e-aberto/