terça-feira, 25 de novembro de 2008

Domingo 5 de Outubro. Crónicas da Brigada Internacional do 50 Aniversário do Triunfo da Revoluçom

O Domingo 5 a delegaçom galega aproveitou o último dia livre antes do começo do intenso programa do ICAP para conhecer Havana.

Mais umha vez esta foi umha visita parceira das delegaçons galega, brasileira e sul-africana, à qual se lhe somara mais um membro chegado o dia anterior.

O almorço foi um bocado mais tarde, às 7.00 da manhá, e foi como o do dia anterior mas em troca do pam com manteiga houvo um bolinho de pam com carne. O almorço do acampamento, variado e nutritivo, foi o mesmo ao longo dos 16 dias, com pequenas variantes: umhas vezes havia ovo cozido, outras manteiga e outras carne. E tal e como nos fomos enteirando era um almorço tipo, o que che ofereceriam em qualquer casa cubana.

Por volta das 8.00 @s delegaçons dos três países partírom para Havana primeiro a pé até umha paragem de autocarros próxima e depois de “camiom”, um veículo muito comum no agro cubano que semelha um camiom mas que se dedica ao transporte de pessoas.

Após 25 minutos de viagem chegamos às redondezas da capital cubana, a maior cidade da ilha, com cerca de 2,4 milhons de habitantes, situada na província de Cidade de Havana Havana. Lá apanhamos mais um autocarro para nos deslocarmos ao centro.

Ao longo do dia a delegaçom galega visitou as principais zonas da capital cubana: o seu formoso centro histórico, mistura de monumentos neoclássicos e barrocos, cujo conjunto foi incluído pola Unesco na lista do património mundial da humanidade em 1982; o Capitólio, reconvertido após o triunfo revolucionário em museu nacional, o magestuoso Centro Galego de Havana, hoje sede do Teatro Nacional, o Instituto Cubano do Livro...

Para além do interesse artístico cultural da cidade para nós, filh@s de um povo oprimido nacionalmente por Espanha como o fora anteriormente o cubano que luita polo triunfo do socialismo, interessava-nos de maneira especial poder falar com a gente na rua, com cubanos e cubanas anónim@s que exprmissem os seus pensamentos, as suas inquietudes, as suas dificuldades no dia-a-dia...
Daí que dedicássemos a prática totalidade do dia a falar com a vizinhança. Cum jovem estudante universitário que era muito crítico com o comunismo mas que se definia socialista e contrário ao capitalismo, que queria ter um “negócio em propriedade” e que era favorável à propriedade privada. Com este rapaz iniciamos um interessante debate sobre este tema fazendo-lhe ver que no capitalismo nom todo o mundo é dono senom que a grande maioria som simples trabalhadores e os donos som a minoria. Também tivemos cum actor ao pé do Centro Asturiano, lá onde há algo mais de um século morria o grande vulto da cultura galega Manuel Curro Henriques. Este actor teatral, que teria por volta de 55 ou 60 anos, era um grande conversador e um grande defensor dos valores da Revoluçom cubana. Militante comunista desde novo, foi explicando-nos os reptos que ao seu modo de ver tinha Cuba, os avanços e os recuos da Revoluçom, as ameaças à soberania da ilha... Finalmente, já na Instituto Cubano do Livro, que é na praça de Armas, situado em plena Havana Velha, o guarda de segurança, grande leitor e admirador da figura de Fidel, falou com a delegaçom galega durante mais de umha hora. Este senhor de 60 anos, viveu o triunfo da Revoluçom cubana muito de perto pois ajudara por amizade vári@s revolucionári@s a agacharem material explosivo na sua luita contra o tirano Batista. Porém, o seu grande sonho era deixar Cuba. Entom um dia escuitou falar Fidel e decidiu luitar ao lado de seus/suas companheir@s. O homem da barba, como este velho trabalhador de espírito juvenil chamava com grande carinho a Fidel, abriu os seus olhos “ao igual que os de tantos e tantas cunban@s”. A capacidade intelectual e humana deste homem foi o que levou à brigada galega a lhe dar umha das brochuras sobre a luita do povo galego pola independência e o socialismo que esse dia também demos à delegaçom da Coreia recém chegada de viagem.