sábado, 4 de outubro de 2008

Somos e devemos ser socialistas

REFLEXONS DO COMANDANTE FIDEL CASTRO
Somos e devemos ser socialistas

No 2 de Outubro passado, falamos do preço internacional dos combustíveis que estamos consumindo. Tenho a impressom de que, pola sua magnitude, chamou a atençom de muitos dirigentes e quadros.

Em geral, fala-se das porcentagens da populaçom que tenhem acesso à electricidade ou a outros serviços da vida moderna. Esta pode flutuar entre 40%, ou menos, e 60%, ou um pouco mais; irá depender do acesso aos recursos hidreléctricos ou de outros factores.


Antes do 1º de Janeiro de 1959, quase a metade da populaçom de Cuba nom tinha eletricidade. Actualmente, com umha populaçom de ao redor de duas vezes maior e amplo acesso a essa energia, o consumo se multiplicou várias vezes.


No nosso país, como em grande parte do mundo — exceto nas naçons muito ricas —, essa eletricidade chega por ar com a utilizaçom de torres, postes elétricos, transformadores e outros meios, muitos dos quais forom derribados polos fortes ventos dos furacáns Ike e Gustav em toda a Ilha.


Um artigo do jornal Granma, de María Julia Mayoral, destaca de maneira geral os destroços na rede elétrica causados polos dous fenómenos; mas, além disso, acrescenta que, durante a passagem dos furacáns, os grupos eletrógenos garantirom a eletricidade a "966 padarias, 207 centros de elaboraçom de alimentos, 372 emissoras de rádio, 193 hospitais, 496 policlínicas, 635 estaçons de bombeio de água, 138 lares de idosos, e a outros centros fundamentais."


"Essa garantia significa … que, em muito breve, tiverom que ser desmontadas centenas de equipamentos de emergência colocadas em entidades de produçom e de serviços, com o objectivo de instalá-las de maneira emergente em lugares sem conexons com o SEN. Isso foi possível, graças à acçom coordenada de brigadas de montagem de vários organismos, empresas de transporte e ao apoio das autoridades locais. Os meios transladados provisoriamente serám levados para os centros de origem quando a situaçom voltar à normalidade."


As palavras, que transcrevo de forma textual, demonstram o desvelo com que os dirigentes do Partido e do governo, nacionais e locais, se dedicarom a buscar soluçons.


O artigo de María Julia intitula-se "Despesas milionárias para fornecer energia à populaçom».


Considero oportuno lembrar que os grupos eletrógenos forom instalados com os objectivos seguintes:


• Garantir serviços vitais como a saúde ou a conservaçom de alimentos em qualquer circunstáncia;

• Produçons de alimentos industriais tais como pam, leite e outros géneros.
• Garantir fundiçons de aço, que nom podem ser interrompidas porque provocariam grandes prejuízos à indústria.
• Serviços da defesa e informaçons públicas que nom podem faltar em nengum momento. Basta assinalar os próprios centros de Meteorologia e os seus radares, que acompanham a trajectória dos furacáns.
• Geraçom progressiva de electricidade com consumo mínimo, muito mais eficiente que as termeléctricas disponíveis.

Ressaltados esses pontos, é necessário lembrar que os grupos eletrógenos vam, desde pequenos motores com potência para produzir 40 ou menos kW/hora, até equipamentos de mais de mil. Às vezes, há que somar vários desses motores, por exemplo, num centro hospitalário com avançado equipamento tecnológico e um sistema de climatizaçom indispensável, que soem ser grandes consumidores de energia.


Tais motores funcionam com diesel e sua eficiência cresce à medida que aumenta a sua capacidade de geraçom de electricidade até um ponto determinado. Precisam de graxas adequadas, reservas de peças, manutençom, etc.


Um número crescente de grupos eletrógenos som constituídos por motores que som de produçom contínua e que consomem outro combustível.


O ideal é que cada centro de produçom ou serviços referido receba eletricidade do Sistema Eletro-Energético Nacional (SEN), com maquinarias mais eficazes que trabalham com fuel oil, de muito menor custo que o diesel, obtido da refinaçom do petróleo, combustível de crescente uso no transporte de carga e de passageiros, em tractores e outros equipamentos agrícolas.


Quando os grupos eletrógenos que trabalham com diesel se convertem, por qualquer motivo, em geradores de eletricidade para as moradias e som submetidos a um regime de trabalho durante 20 horas ou mais, as conseqüências som negativas. O seu destino principal som as emergências e, no desenvolvimento actual de Cuba, um número reduzido de horas de pique.


Dentre os geradores que consomem hidrocarbonetos, nada pode comparar-se com os grupos eletrógenos que trabalham com fuel oil, embora o investimento seja mais custoso. Polo seu peso e complexidade, nom podem ser transladados de um lugar para outro em qualquer momento. Nesse sentido, unicamente som superados polas usinas de ciclo combinado a partir de gás, ao qual extraem previamente o enxofre e outros elementos poluentes.


É conveniente salientar a necessidade de que nengum dirigente esqueça que nom se deve perder um só minuto em reintegrar todos os motores que consomem diesel a suas funçons em municípios e províncias vizinhas mal acabe a emergência. Temos sério déficit desse combustível, gasta-se demais no país e foi imprescindível reduzir as quantidades demandadas.


A produçom e distribuiçom de alimentos e materiais de construçom, reitero, tenhem prioridade absoluta neste momento. Nom somos um país capitalista desenvolvido em crise, cujos líderes enlouquecem hoje, procurando soluçons entre a depressom, a inflaçom, a falta de mercados e o desemprego; somos e devemos ser socialistas.


Fidel Castro Ruz

4 de outubro 2008


19h35 •