quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O insólito

REFLEXONS DO COMANDANTE FIDEL CASTRO
O insólito

No Domingo 12 de Outubro, os países da Zona Euro acordarom um plano anti-crise por iniciativa de Sarkozy, Presidente da França.

Na segunda-feira 13, eram anunciadas as cifras multimilionárias de dinheiro que os países da Europa lançarám ao mercado financeiro para evitar um colapso. As acçons subirom com as surpreendentes notícias.

Em virtude dos acordos mencionados, a Alemanha comprometera, na enquete de resgate, 480 bilhons de euros; a França, 360 bilhons; a Holanda, 200 bilhons; Áustria e a Espanha, 100 bilhons cada umha, e assim sucessivamente até atingir, juntamente com a contribuiçom da Gram Bretanha, a cifra de 1,7 trilhons de euros, que nesse dia ―visto que varia constantemente varia a relaçom de cámbio entre umha e outra moeda― equivaliam a 2,2 trilhons de dólares, que se somavam aos 700 bilhons de dólares dos Estados Unidos.


As acçons das grandes corporaçons que nom caírom na falência constatarom umha subida abrupta do seu valor que, embora estivesse longe de compensar as perdas sofridas nos nove dias trágicos, há permitir-lhes aos políticos e banqueiros do capitalismo desenvolvido desfrutar de umha dose de oxigênio.


Nesse próprio dia, à noite, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, em um banquete celebrado na sua honra, que se realizou na Casa Branca, fixo um discurso para homenagear Bush: "Confiamos no presidente que tivo a coragem de por em prática aquilo que considerava justo, o que deve fazer para si, para o seu povo e para o mundo."

Realmente se excedeu!

Também nesse dia 13, o Prêmio Nobel de Economia 2008 foi outorgado ao cidadao dos Estados Unidos Paul Krugman. Trata-se, sem dúvida, de um defensor do sistema capitalista, mas ao mesmo tempo é muito crítico do presidente Bush.


Sob o título de Gordon o tem feito bem, publicado no dia 14 no El País, expressa diversas idéias, algumhas das quais merecem ser recolhidas textualmente:


"O natural é encarar o problema da falta de capital financeiro fazendo com que o Estado proporcione às instituiçons financeiras mais capital em troca de umha parte da sua propriedade…"


"Esta espécie de nacionalizaçom parcial temporária também era a soluçom preferida em privado por Ben Bernanke, o presidente da Reserva Federal".


"Ao anunciar o seu plano de ajuda financeira de 500 bilhons de euros, Henry Paulson, secretário do Tesouro estadunidense, rejeitava esse caminho evidente, alegando que ‘isso é o que se fai em caso de quebra.


"O governo británico foi directamente à raiz do problema e agiu com umha velocidade assombrosa para solucioná-lo."


"Paulson ―após ter dilapidado supostamente várias semanas muito valiosas― também deu marcha a ré e agora pretende comprar acçons bancárias em lugar de activos hipotecários tóxicos".


"Como já eu dixem, ainda nom sabemos se essas medidas funcionarám… Essa visom clara tivo que proceder de Londres e nom de Washington".


"Resulta difícil evitar a sensaçom de que a resposta inicial de Paulson estava desvirtuada pola ideologia. Lembrem que trabalha para um governo cuja filosofia pode se resumir em que ‘o privado é bom; o público é mau."


"Em todo o executivo, os peritos profissionais forom demitidos; talvez nom fique no Tesouro alguém com a estatura e a trajectória necessárias para lhe dizer a Paulson que aquilo que realizava nom tinha sentido".


"Por sorte para a economia mundial, o que estám fazendo Gordon Brown e os seus ministros sim tem sentido. E talvez nos tenham mostrado o caminho para ultrapassar esta crise."


Nem sequer o Prémio Nobel de Economia 2008 tem certeza, como ele confessa, de que essas medidas vam funcionar.


Som cousas insólitas.


Na terça-feira 14, as acçons nas Bolsas diminuíram de preço alguns pontos. Os sorrisos forom já mais estereotipados.


Os países capitalistas europeus, saturados de capacidade produtiva e de mercadorias, desesperadamente necessitados de mercados para evitarem greves de operários e dos especializados nos serviços, poupadores que perdam o seu dinheiro e camponeses arruinados, nom estám, portanto, em situaçom de impor condiçons e soluçons ao resto do mundo. Assim o proclamamos líderes de importantes países emergentes e dos que, pobres e saqueados economicamente, som vítimas do intercámbio desigual.


Hoje, quarta-feira 15, o valor das acçons nas bolsas caiu de novo estrepitosamente.


McCain e Obama discutirám ardorosamente esta noite o tema económico.


Na grande democracia dos Estados Unidos, metade dos que tenhem direito a votar nom estám inscritos; dos inscritos, metade nom vota, e apenas 25 % dos eleitores elegem os que governam. Muitos dos que agora talvez desejariam votar polo candidato negro, nom podem fazé-lo.


Segundo as pesquisas, esse candidato conta com umha maioria esmagadora. Contodo, ninguém se atreve a dizer qual será o resultado.


O dia 4 de Novembro é um dia de grande interesse para a opiniom mundial, devido à crise económica em que se debate a sociedade dos Estados Unidos.


Em matéria eleitoral, só de umha cousa podemos ter certeza: nas próximas eleiçons da Gram Bretanha, Gordon Brown nom será eleito primeiro-ministro.

Fidel Castro Ruz

15 de outubro de 2008

19h05