sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O socialismo democrático

REFLEXONS DO COMANDANTE FIDEL CASTRO
O socialismo democrático

Nom desejava escrever de maneira consecutiva umha terceira reflexom, mas nom podo deixá-la para a segunda-feira.


O "capitalismo democrático" de Bush tem umha resposta exacta: o socialismo democrático de Chávez. Nom haveria forma mais exacta para expressar a grande contradiçom entre o Norte e o Sul do nosso hemisfério, entre as idéias de Bolívar e as de Monroe.


O grande mérito de Bolívar é ter expressado isso quando nom existiam os meios modernos de comunicaçom e nem sequer o Canal de Panamá. Também nom existia o imperialismo dos Estados Unidos; eram simplesmente as Treze Colónias de fala inglesa que, juntas, tornarom-se independentes em 1776 com a ajuda da França e da Espanha.


Como se fosse capaz de ver através dos séculos, o Libertador proclamou em 1829: "Os Estados Unidos parecem destinados pola Providência para eivar de misérias a América em nome da liberdade."


Hugo Chávez é um soldado venezuelano, em cuja mente germinaram de modo natural as idéias de Bolívar. Basta observar como transitou o seu pensamento por etapas diversas do desenvolvimento político, a partir da origem humilde, da escola, da academia militar, da leitura da história, da realidade do seu país e da humilhante presença da dominaçom ianque.


Nom era um general nem tinha sob as suas ordens os institutos armados; nom deu nem podia dar um golpe, nom queria nem podia esperar. Revoltou-se, assumiu a responsabilidade polos fatos, converteu a prisom em escola, ganhou o carinho do povo e o conquistou para a sua causa fora do poder; ganhou as eleiçons através de umha Constituiçom burguesa; jurou sobre o moribundo documento umha nova lei de leis, chocou idéias concebidas de esquerda e de direita, e começou a Revoluçom Bolivariana nas mais difíceis condiçons subjetivas de toda a América Latina.


Durante dez anos, na presidência do seu país, Chávez nom deixou de semear idéias dentro e fora da sua Pátria.


Nengumha pessoa honesta pode duvidar de que na Venezuela há umha verdadeira revoluçom em curso, e que ali é travada umha excepcional luita contra o imperialismo.


É bom sublinhar que Chávez nom descansa um instante, luita dentro da Venezuela e ao mesmo tempo viaja sistematicamente para as capitais de países da América Latina e para naçons importantes da Europa, da Ásia e da África. Comunica-se a toda hora com a imprensa nacional e internacional, nom teme de abordar qualquer tema, é escuitado com respeito polos principais líderes do mundo, fai uso correto e eficaz do poder real da sua Pátria como país que possui as maiores reservas de petróleo provadas do mundo, junto à existência de abundante gás e elabora um programa nacional e internacionalista que nom tem precedentes.


Quando assina um acordo de parceria entre a Gazprom da Rússia e a PDVSA da Venezuela para a busca e exploraçom de combustíveis, está criando um consórcio nesse sector inigualável no mundo. A sua parceria econômica com a China, a Rússia, países da Europa e outros com recursos abundantes da América Latina e da África, desata forças liberadoras para dar lugar a um mundo multipolar. Nom exclui os Estados Unidos do fornecimento de energia e da troca comercial. É umha conceiçom objectiva e equilibrada.


Expom para a sua própria Pátria umha revoluçom socialista, sem excluir importantes factores produtivos.


Para a nossa Pátria, em um momento histórico em que é golpeada pola natureza e polos embates criminosos do decadente império, constitui um verdadeiro privilégio contar com a solidariedade de Chávez. Jamais foi escuitada umha frase tam internacionalista e solidária como a que dirigiu a nosso povo: "A terra da Venezuela é também a tua terra!"


O imperialismo tenta liquidá-lo politicamente ou eliminá-lo custe o que custar, sem reparar em que a sua morte constituiria umha catástrofe para a Venezuela e para a economia e a estabilidade de todos os governos da América Latina e do Caribe.


As mnhas conversas com ele se caracterizam polo ponto de vista que sustento de que, neste instante, o mais importante é salvar a Venezuela da investida política do governo dos Estados Unidos. Durante a sua última visita, discutimos sobre a magnitude do apoio que já nos dá e aquele que deseja nos dar, e a nossa sugestom de que concentre o máximo de recursos possível na batalha interna que hoje trava contra a ofensiva da mídia e os reflexos condicionados semeados durante muitos anos polo imperialismo.


De agora até 23 de Novembro, a batalha que trava é de grande importáncia, e nom desejamos que o apoio a Cuba seja usado como pretexto para golpear a Revoluçom Bolivariana.


Os 92 operários venezuelanos da construçom, membros das Brigadas Socialistas de Mutirám, enviados para construírem moradias em Pinar del Río, constituem um símbolo da nossa época.


Vivem-se momentos de muita importáncia. A consulta popular para aprovar a nova Constituiçom no Equador depois de amanhá, tem umha grande releváncia. Chávez reunirá-se na segunda-feira, no Brasil, com o presidente Lula. Hoje, à noite, há um debate na televisom entre Obama e McCain. Todas som notícias importantes.


Por isso, nom quero deixar para a segunda-feira estas linhas, visto que Chávez, amanhá, sábado, estará de volta em sua Pátria e falando de novo a seu povo no domingo. Ele sempre utiliza algumha cousa destas reflexons na sua batalha.

Fidel Castro Ruz

26 de Setembro de 2008

17h56